SKULPTUR PROJEKT 

Dance em Casa é um projeto extremamente necessário para atravessarmos essa crise mundial, e inserir a arte no lugar exato da sua importância vital para a humanidade. Estamos impossibilitados de sair de casa, doravante sempre é possível dançar. Zaratustra de Nietzsche dança, e o seu Übermensch, que é uma potência inata do Homem, é um estado mental que pode ser extraído dos momentos mais catastróficos, como esse que vivemos. Nietzsche entendeu que o Homem tem um grande potencial, e, talvez, a ação de dançar em casa, sem ser visto, sem os holofotes, seja a dança mais vital. O Balé Clássico é vital na minha vida cotidiana e na reflexão contínua que sustento sobre o corpo, o movimento, o tempo, e a coreografia. Não o Balé da tradição, mas aquele da anatomia dos músculos, cuja essência é o en dehors, que diariamente me inspira a ver linhas, volumes e geometrias no espaço. O Balé é linear, se falarmos na chave da linguagem visual. Em “Skulptur Projekt”, exploro a sapatilha de ponta como dispositivo, atrelado à teoria e à prática da anatomia do balé. A investigação dessas formas: linhas, superfícies, volumes, combinações de desenhos lineares e geométricos no espaço, desequilíbrios, gestos fantasmagóricos do balé, são algumas questões que estruturam essa pesquisa. Eu entendo o processo de coreografar como o processo da escrita e da linguagem, como um processo cognitivo que está no movimento, e, é aí, que que a articulação das ideias entre a dança e a linguagem se encontram. Pretendo produzir e publicar uma série de vídeos do “Skulptur Projekt”. Parabéns pelo projeto “Dance em Casa”. 

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