Avulsões” busca entender a tela como potencial corpo: composto por pele, carne, ossos e principalmente, dor. Corpo este que é rasgado, cortado, mutilado, dilacerado e falha miseravelmente em se reconstituir unindo seus pedaços e se transfigurando em uma massa disforme.
Na psique, a pintura acontece como pele, o tecido acontece como carne, o chassi como osso. A dor é o processo: nos raros silêncios entre pensamentos inquietantes, ela se exprime em tons de vermelho e preto com lampejos em cobre recém polido.
Pintura é sofrimento; existir como ser corpóreo — sujeito a essa dimensão física — também.